terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

(Des)organizadas [2]

Já havia escrito alguns dias atrás sobre a questão das torcidas organizadas - ou desorganizadas - citando o caso da liberação dos vândalos de Joinville pela justiça catarinense.

Pois então, neste final de semana mais acontecimentos lamentáveis envolvendo vândalos escondidos atrás de torcidas ocorreram por todo o Brasil, desde o Rio Grande do Sul até Goiás.

No entanto, nenhum fato chamou tanto a atenção quanto a invasão da Gaviões da Fiel ao CT do Corinthians, com acusações de roubos, agressões e intimidações a funcionários e jogadores do clube.

A (des)organizada corintiana, por sua vez, reagiu da mesma forma como qualquer outra faria: "tirou o seu da reta", afirmando que nada tem a ver com os fatos ocorridos no sábado.

No entanto, algumas perguntas ficam no ar: 1) se estes marginais invadem um bem privado vestindo o uniforme das (des)organizadas, provocando o terror, além de bradarem em alto e bom som o nome das mesmas, como as torcidas não tem nada a ver com o ocorrido? 2) Por qual motivo problemas com a violência se repetem várias e várias vezes sem que nenhum dos responsáveis pelas (des)organizadas tomem qualquer tipo de providência? 3) E os clubes, que dão liberdade de ação e benefícios a esses grupos, não possuem uma parcela de culpa também? 

Fatos como os ocorridos nesse final de semana só provam que ainda estamos muito aquém de chegarmos a um nível de segurança nos estádios capaz de proporcionar ao verdadeiro torcedor tranquilidade de levar sua família e assistir uma partida de futebol do seu clube de coração. E não devemos esperar muito dos dirigentes, pois estes são geralmente os mais complacentes com estas organizações. 

Interessante que desta vez até os jogadores do time paulista reagiram, através de comunicado vinculado à imprensa, classificando os indivíduos que causaram toda a confusão de sábado como "marginais", e convocando uma paralisação geral no campeonato paulista, o que é totalmente lícito, a julgar pelos últimos acontecimentos.

Seja como for, alguém tem que tomar a frente e dar um basta nesta situação. Se para que se crie a consciência devida tenhamos que punir o clube, que seja, pois muito melhor ver uma agremiação rebaixada do que um pai ou uma mãe chore a dor de perder um filho.


SAV



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