quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

(Des)organizadas.

Dois fatos estão ligados nestes últimos dias às torcidas (des)organizadas: 1) a liberação dos "torcedores" atleticanos presos em SC após a confusão da última rodada do campeonato brasileiro; 2) a reunião entre as torcidas (des)organizadas do Verdão e do time da Vila Capanema sobre o assunto segurança no próximo clássico entre os dois clubes.

No primeiro caso, tão irracional quanto a liberação de baderneiros de SC, que independente de serem membros da torcida (des)organizada ou não, participaram de uma das maiores barbáries vistas em um campo no Brasil (não sou hipócrita de não lembrar do que nossa torcida fez em 2009), é vê-los sendo tratados como "arautos da justiça" pelo presidente da respectiva (des)organizada do time rubro-negro. São dignos de orgulho para ele, referindo-se à defesa das cores e dos interesses da torcida e do time da baixada.

Ora, isto já passou dos limites. Independente dos clubes envolvidos, pessoas que brigam escondidas atrás de cores de torcidas (des)organizadas estão longe de serem qualificados como torcedores, e muito menos são dignas de dar orgulho a alguém, a não ser dos que são adeptos das mesmas práticas. Em 2009 quando a torcida (des)organizada Coxa protagonizou uma verdadeira guerra campal após a consumação do rebaixamento no Couto Pereira, a esmagadora maioria da torcida abominou o que aconteceu, e o resultado foi a limitação do acesso dos materiais da (des)organizada (mas não de seus integrantes) do acesso ao estádio até meados de 2013. 

O pior de tudo é saber que o clube é quem colhe os maus frutos desta colheita, tendo que mandar jogos fora de sua cidade, arcando com todos os prejuízos financeiros e de imagem perante o país. Tratar indivíduos como estes que agem feito bestas com adjetivos como "torcedores" ou "orgulhos" é uma verdadeira afronta a inteligência de qualquer pessoa.

Outro ponto a ser analisado são estas reuniões de torcidas protagonizadas pela PM com os seus líderes antes de clássicos. Nada tão inútil quanto estas reuniões, pois não coagem a ação dos marginais, não identificam e interferem na entrada dos mesmos no estádio, além de na hora do jogo a PM não intervir de forma a impedir a confusão, mas só de aumentar.

É a inversão de valores se instalando de uma vez por todas em nosso futebol. Enquanto os torcedores de bem se obrigam muitas vezes a ficarem em casa com receio da violência, os vândalos escondidos atrás das cores das (des)organizadas tomam conta dos estádios. 

Haverá um dia em que no Brasil a ação destas pessoas será coagida como foi na Europa com os hooligans. Só não se sabe se ainda estaremos vivos para ver isso. 

SAV 


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