Passado o último ato do brasileirão 2013 com o Verdão são e salvo na
primeira divisão, chegou a hora de cobrarmos como torcedores sobre os erros
ocorridos durante ano, e que por pouco não transformaram o sonho de título
nacional em um rebaixamento vergonhoso.
O fato de não estarmos diariamente nos corredores do clube ou
grampeados aos telefones dos diretores dificultam a possibilidade de
estabelecermos os problemas internos que estão ocorrendo, nos
levando a partir das entrevistas e comentários de
terceiros ao desenvolvimento de uma linha de raciocínio lógica do que está acontecendo no Verdão.
Acredito que cada coxa branca já deva ter em mente o que deu errado
neste ano: gestão falha do futebol, elenco limitado e mal montado, contusões
excessivas e um descompasso na administração de conflitos internos. A soma de tudo isto culminou nas críticas do presidente sobre o grupo de jogadores após a saída de Chamusca, e as respostas
dos mesmos ao presidente ao final do jogo do São Paulo. No entanto, vou focar em um ponto
que entendo ser primordial: a centralização de poderes e tomadas de decisões em
direcionadas somente a um profissional, Felipe Ximenes, no departamento de futebol.
Mas antes de entrar no assunto de fato, sugiro que leiam a coluna do
nosso estimado brother Percy do Coxanautas, acessando por aqui. Nem pedi
autorização para divulgar sua coluna no Coxanautas, mas com
certeza ele perceberá que esta é uma forma de reconhecer o excelente material escrito sobre a decisão a ser tomada pelo nosso presidente, além de uma forma de agradecimento por todo o esforço despendido pelo
Percy e outros coxas nesta reta final de campeonato em busca da salvação definitiva da instituição
CORITIBA. Sem dúvida é leitura obrigatória para quem se importa com as coisas
do Verdão.
Seguindo agora o tema, nosso presidente Sr. Vilson
Andrade, um homem de negócios bem sucedido, trouxe da sua experiência
profissional para o Coxa o conceito de delegar funções a pessoas que entendia serem
capacitadas para assumir posições consideradas “cargos de confiança”. Aliás,
esta é uma prática comum entre os clubes, os quais adotam a mesma
metodologia de trabalho, mas sem a visão empresarial a qual Sr. Vilson
implantou no Verdão.
Pois bem, quando você delega uma função a uma pessoa, ela se torna
responsável pelos resultados das decisões tomadas. E foi com esta responsabilidade que Felipe Ximenes assumiu sua função no clube: reestruturar o departamento de futebol Coxa. Competente em
princípio, realizou ótimos trabalhos nos anos de 2010/2011, sendo o time
montado em 2011 sem dúvida um dos melhores dos últimos anos.
Porém, no biênio 2012/2013, os elencos do Verdão não foram bons o
bastante para o que se projetava como futuro do clube, qual seja, assumir lugar
de destaque no cenário nacional. Aliás, nestes últimos 2 anos brigamos sempre
contra o rebaixamento no brasileirão, sofremos para ganharmos o regional, além
de uma eliminação ridícula na Copa do Brasil este ano para o Nacional do
Amazonas. Ou seja, o homem escolhido pelo presidente para tocar o futebol Coxa
falhou muito, principalmente no que tange aos objetivos nacionais. Some-se a isso as saídas de jogadores importantes
para o clube e a recomposição desastrosa com atletas sem a mínima condição de vestir o manto alviverde, e pronto, estava feito o
estrago.
E o que fica de lição deste período para o futuro? Certamente que a centralização de decisões em cima de um profissional sem a devida crítica sobre seu trabalho pode trazer sim péssimos resultados. Ressalta-se que os resultados
foram tão ruins a ponto de culminarem com a saída de Ximenes do Verdão, deixando no
entanto um rastro de vendas de jogadores fundamentais ao elenco atrelados a reposições mal feitas no período. Pior, quem teve de assumir o rojão foi o próprio presidente, o qual não mostrou a mesma habilidade de outrora para administrar o clube neste momento de dificuldade.
Em resumo, trazer conceitos do mundo empresarial para o futebol é
válido, desde que adequados à realidade do esporte. Já que a
diretoria contrata funcionários pagos para exercerem funções estratégicas, que se implantem também conceitos como de conselho de administração, sendo este formado por pessoas conhecedoras de futebol e do clube, com competência e
capacidade de interferência sobre as decisões tomadas por determinados profissionais do clube. No entanto, se este conselho já existia dentro da estrutura Coxa, merece ser cobrado ainda mais, pois erros cometidos como os do departamento de
futebol deste ano, a título de exemplo, são inaceitáveis.
É somente assim, com a união e esforço conjunto de todos os envolvidos ao
clube, que a instituição cresce. Centralizar poder em determinados
profissionais sem a devida crítica sobre seus trabalhos, como no caso de Ximenes, além de desgastar a estrutura, oferecem margem para
erros, os quais muitas vezes são irreversíveis. Cresçamos como administração,
porque este é o primeiro passo para um Coritiba forte.
SAV
SAV
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